Hoje temos a análise da amiga e colunista Rose, do blog Fábrica dos Convites, vamos conferir:
Para quem está acostumado a ler os romances de época da Lisa Kleypas, A Protegida, seu primeiro romance contemporâneo é uma novidade muito bem vinda e que abre outro leque de talento da autora.
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Autor/a: Lisa Kleypas
Série: The Travis Family
Volume: 1
Editora: Gutenberg
Páginas: 288
Liberty Jones perdeu o pai cedo, tinha apenas 4 anos. Desde então sua vida mudou. Vivendo apenas com a mãe, ela passou a conviver também com os vários namorados que a mãe arranjava. Infelizmente os namoros não duravam muito, visto que todos eram barcos furados.
Liberty Jones perdeu o pai cedo, tinha apenas 4 anos. Desde então sua vida mudou. Vivendo apenas com a mãe, ela passou a conviver também com os vários namorados que a mãe arranjava. Infelizmente os namoros não duravam muito, visto que todos eram barcos furados.
Agora aos 14 anos, elas acabaram de mudar para Welcome, leste do Texas, para viverem em um estacionamento de trailers. Foi em um encontro inusitado que ela conheceu Hardy Cates, um jovem de 17 anos que atraia os olhares de todas as mulheres, e que atraiu o dela também.
Hardy logo apresentou Liberty para sua irmã e ambas tornaram-se muito amigas. A aproximação delas ajudou Liberty a ficar mais perto de Hardy, mas este a via apenas como uma irmã. Com o passar do tempo Liberty foi florescendo e chamando atenção dos meninos, menos de quem realmente lhe interessava. Apesar disso ela sentia que entre ela e Hardy havia uma ligação forte. O problema era que o rapaz sempre deixou claro sua intenção de ir embora daquele lugar. Ele queria ser alguém na vida, queria tudo que a vida poderia lhe dar. Por conta disso, não estava disposto a arriscar um envolvimento com Liberty, a única garota que realmente mexia com ele e que seria capaz de prendê-lo naquele lugar.
"...mas nunca me arrependi das coisas ditas como me arrependi das palavras que não falei."
Como não podia ter Hardy, Liberty acabou se contentado com outros, mesmo isso não sendo suficiente. No entanto, para sua alegria, sua mãe ficou grávida do ex-namorado. Era um sonho para Liberty saber que teria um irmão que poderia amar incondicionalmente. Apesar de sua mãe não estar tão feliz com a situação, ela fazia tudo o que podia para amenizar o fardo da mãe.
Quando Carrigton nasceu, um novo mundo para Liberty nasceu também. Ela ficou completamente apaixonada pela irmã e fez a felicidade e segurança dela, sua meta de vida. Mas as coisas saíram dos eixos, sua mãe não demonstrava nenhum interesse na irmã, e isso acabava sobrecarregando a vida de Liberty. Para completar, Hardy finalmente foi embora para nunca mais voltar. Liberty só não afundou em uma tristeza sem fim, pois tinha Carrigton.
Ela é a irmã eram inseparáveis e ficariam ainda mais quando Diana, a mãe das meninas morreu em um trágico acidente de carro. Contando apenas com a ajuda de sua amiga Lucy e de sua vizinha Marva, Liberty se virava para poder ter a guarda de Carrington. Ela ganhou uma bolsa de cabeleireiros e com muito esforço corria atrás do seu sonho. Ela queria dar uma vida melhor para Carrington. O único sonho que ela foi obrigada a abrir mão foi de ter Hardy. Sem notícias de seu único amor, e sem poder contar com sua ajuda, ela teve que aprender a esquecê-lo.
Depois de uma fase difícil e apertada, a vida dela deu uma pequena melhorada quando se formou e foi fazer estágio em um badalado salão de beleza. Foi lá que ela conheceu o poderoso Churchill Travis, um magnata das finanças e dono da metade de Houston. Para surpresa de Liberty, ela caiu nas graças de Churchill, e ambos acabaram se tornando amigos. Muitos no salão achavam que eles eram mais que amigos, mas o relacionamento deles era como de pai e filha.
Aos poucos ela foi conhecendo a família de Churchill, através dos relatos e casos que ele lhe confidenciava ou contava. Liberty aprendeu a confiar em Churchill, e assim, ele acabou sabendo de tudo o que acontecera com ela até aqueles dias. Desde a morte dos pais, passando pelos namorados da mãe, os tempos de dificuldade, o medo de perder Carrington e até o amor não curado por Hardy. Eles eram confidentes um do outro.
A amizade deles subiu mais um degrau quando Churchill convidou Liberty para trabalhar com ele, como sua assistente pessoal. Além do salário muito superior ao que ganhava no salão, ela ainda moraria com ele na linda e imensa mansão onde ele vivia com a irmã.
Era uma oportunidade que ela não tinha como recusar, ainda mais quando ela pensava nas vantagens que Carrigton teria. Coisas que ela não seria capaz de proporcionar para a amada irmã.
Acreditando estar fazendo o melhor não só para ela, mas para irmã e Churchill, Liberty aceita o emprego e muda-se para mansão. Mas qual não é a sua surpresa quando Cage, o filho mais velho de Churchill deixa claro o quanto ela não é bem vinda ali. Sem papas na língua ele diz com todas as letras que a quer longe do pai e que não vai deixá-la se aproveitar dele. Cage e Liberty passam a conviver de uma forma fria e pacífica, e ela tenta a todo custo manter-se longe dele. Enquanto isso, Carrigton logo se acostuma com a nova vida e escola. A linda e meiga menina está muito feliz, para a alegria de Liberty.
As coisas começam a mudar quando atendendo um pedido de Churchill, Liberty socorre Cage. Ela não imaginava que este simples gesto derreteria a pedra de gelo que o rapaz parecia carregar no lugar do coração. Pelo menos em se tratando dela. Cage também começou a mudar em relação a Carrigton, e os dois logo se tornaram amigos. Era visível que ambos estavam desenvolvendo uma mútua atração. Liberty ainda tinha algumas ressalvas, mas aos poucos Cage foi vencendo as barreiras por ela levantadas. Lógico que toda a família aproveitou para meter a colher e juntar de uma vez este casal de pombinhos. Mas justamente quando ela estava feliz da vida, eis que seu grande amor do passado, Hardy, aparece pedindo uma nova chance e prometendo mundos e fundos.
Hardy agora estava rico, e com um futuro brilhante garantido. A única coisa que ele não tinha, e que faria todo o possível para ter, era o amor que fora obrigado a deixar para trás.
Junto com isso, ela descobre um segredo de Churchill que poderá afastá-la de vez da família Travis. Ela lutaria até o fim pela sua irmã, seja contra quem for.
E agora? O que Liberty deve fazer? Hardy sempre foi sua paixão, seu sonho, e estava bem ali, disposto a reconquistá-la. Do outro lado ela tinha o amor de Cage, um homem frio que para sua surpresa estava se revelando totalmente o contrário que muitos diziam dele.
Ela e Hardy tinham uma ligação única, vinham de uma mesma vida, passaram por coisas que Cage nunca passaria. Ela e Cage vinham de mundos muito distintos, mas era inegável que se completavam. Totalmente dividida e sem saber que decisão tomar, ela pede um tempo para entender os próprios sentimentos e desejos.
"Às vezes a vida tem um senso de humor cruel, entregando-lhe aquilo que você sempre quis no pior momento possível..."
Resta saber se Cage e Hardy saberão esperar. Uma coisa é certa, ambos estão dispostos a lutarem pelo amor de Liberty e de Carrigton. Liberty precisará enxergar além do coração para tomar sua decisão, pois são os gestos mais do que as palavras que mostrarão quem ela é hoje e quem ela quer ao seu lado amanhã.
Lisa nesta sua empreitada de romance contemporâneo arrasou! Uma história muito bonita de amor, não só de amor entre um homem e uma mulher, mas de amor fraternal também. Liberty fez tudo o que podia e foi ainda além para não perder a guarda de Carrigton. Por amor à irmã ela abria mão de tudo.
Carrigton é uma criança maravilhosa, uma criança que sabe que é amada e protegida, e isso reflete em suas atitudes e gestos que conquistam a todos. Hardy e Cage tem suas semelhanças e qualidades, e ambos gostam de verdade de Liberty, mas é apenas um deles, que não vou falar aqui obviamente, que a ama a ponto de colocar a felicidade dela na frente da sua, além de estar em sintonia com as convicções de vida dela.
É claro que ao longo da leitura, cada leitor deverá tomar um partido #teamhardy ou #teamcage. Ambos tem suas qualidades e antes que uma parcela grite que Hardy abandonou Liberty, fica muito claro e eu entendo, ou entendi, os motivos dele para isso. Sem falar que ele nunca, em momento nenhum, disse para ela que faria o contrário. Não pensem que estou defendendo o rapaz, eu disse que entendi, não que aceitei de bom grado.
"E eu não vou ficar aqui para me transformar no meu pai. Eu descontaria tudo em você - eu iria machucar você."
Mas engana-se redondamente que o enredo fica preso neste triângulo amoroso. Lisa fez muito mais do que isso. Acompanhamos a vida de Liberty e todo o seu amadurecimento como mulher. Ela é forte e batalhadora e mesmo nos momentos mais difíceis não se deixou levar ou tornou-se amarga. O amor e o cuidado que ela tem com a irmã é a coisa mais linda. Outras pessoas no lugar dela teriam jogado tudo para o alto, ou então tentado caminhos mais fáceis, coisa que ela nunca cogitou.
eu sempre li os de época da autora, mas creio que ela arrase tanto no contemporâneo quanto na escrita de época!
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