quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

#Cidade Corrompida – Ross Macdonald

Olá Leitores,

Hoje temos resenha da Nathalia, confiram:


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Título: Cidade Corrompida
Série: Coleção Negra
Autor/a: Rosso Macdonald
Editora: Record
Páginas: 220


Já falei aqui no blog sobre um livro que também faz parte dessa coleção ( Cadilac K.K.K, leia aqui) e, para minha infelicidade não tinha me dado muito bem com o livro (caracterizei-o como, “muito livro para pouca trama”). Porém, para minha surpresa, eu realmente gostei desse romance policial. Por ter uma boa carga desse gênero e por ser um dos meus preferidos, sou um pouco mais criteriosa.

O sr. Macdonald vai nos apresentar a John Weather, um veterano da Guerra do Vietnã que, ao término desta, vai voltar para sua cidade natal, onde sua mãe abandono seu pai sempre ausente e mulherengo. Chegando lá, ele descobre que as ruas e mercearias de sua infância desapareceram e deram lugar a uma cidade suja (em termos de caráter), corrupta e dominada por um poder paralelo.


“Não era contra um homem que eu precisava lutar… era contra um sistema. Num sistema, quando um homem desaparece sempre há outros para ocuparem o seu lugar.” (Pág. 95)



“O problema é que a corrupção não é o tipo de coisa que se pode ter um pouco.” (Pág. 185)



“- Que tipo de polícia esta cidade tem, afinal?
- Esse tipo.” (Pág. 13)

Nós temos a trama principal, onde John descobre que seu pai foi assassinado por uma pessoa misteriosa e que, depois de algumas buscas superficiais o caso fora arquivado. Decepcionado com essa falta de vontade que todos da cidade demonstram em ajudá-lo a entender o que havia acontecido com seu finado pai J.D. Weather (era como um “poderoso chefão” da cidade), ele resolve voltar a casa que morava com sua mãe quando ela ainda estava casada. Contudo ele não contava que, mesmo já muito velho, o sr. Weather teria se casado novamente, com uma mulher muito nova (quase da mesma idade de John) e muito bonita. Nisso, ele já começa a desconfiar que deve ter alguma coisa errada nesse casamento e na morte em seguida.


Com a cabeça tomada por dúvidas, sem um tostão no bolso e sendo caçado por mafiosos que não querem de jeito nenhum que o reaparecido Weather enfie o bedelho onde não é chamado, ele parte para a missão de descobrir quem é o responsável pela morte do pai que se lembra tão pouco e, dessas poucas memórias, mais da metade são ruins.

Já no meio do livro descobrimos quem é o culpado. Então, isso não é o ponto X do livro. Na verdade a dificuldade gira em torno das provas. John sabe quem matou J.D, mas não tem como provar, e, se ele encontra alguma coisa que poso incriminar Kerch, logo desaparece, ou acaba morto.

O livro nos traz diversas reflexões sobre: o controle das massas através dos meios de comunicação (na época o rádio, mas isso levanta um ponto interessante. Será que com o acesso à maiores quantidades de informação através da internet, estamos tendo nossa própria opinião ou está sendo mais fácil de sermos manipulados?), a corrupção do ser humana (todo mundo tem o seu preço, e aquele se recusa a dizer o seu é eliminado), vícios e prostituição que sustentam o luxo de tantas pessoas. Enfim, essa obra nos faz pensar e, embora publicado em 1947, ainda traz temas da atualidade.


“- Que liberdade eles conquistaram? - inquiriu. - Liberdade para fazer escravos nas fábricas, liberdade para votar e para pensar da forma como o rádio, os jornais e os chefes políticos mandam que votem e pensem? Liberdade para entorpecer seus cérebros nas tavernas e nas salas de cinema? Liberdade para ser explorados e roubados? Que se levantem e lutem pelos seus direitos!” (Pág. 47)

Embora com todos esses pontos excepcionais, o final do livro poderia ser mais bem trabalhado, creio que um epílogo cairia muito bem. A trama é concluída mas, tirando as mortes, os personagens sobreviventes, muito bem elaborados, não tem um final. Ao término do livro gostaria de saber o que se deu com aqueles que ficaram vivos: eles se redimiram? Pagaram pelos seus erros? Fugiram? Isso fez com que a obra não entrasse para meus favoritos e perdesse duas estrelas, a impressão que tive foi que o autor queria apenas terminar a história e o que aconteceria com as personagens não era problema dele.


“Não precisaria suportá-lo. Chegarei antes e o encontrarei lá, no seu lugar. Ele não sabe que existe uma conexão entre nós dois. Vou dar a Kerch a noite de amor mais estranha da sua vida.” (Pág. 169)

Então fica a dica de um livro muito bom e reflexivo, embora o desfecho tenha deixado a desejar. Até a próxima resenha ;)

3 comentários :

  1. a trama parece ser bem interessante, com suas questões para serem pensadas, não conhecia, mas ja anotei o nome
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  2. Não conhecia essa série...
    Achei interessante as questões abordadas nesse livro. Mas, como o final deixa a desejar, não sei se leria. Sempre termino odiando livros quando terminam assim...
    Beijos
    Balaio de Babados | Participe da promoção Natal do Babado

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  3. Nossa, gostei da forma como você descreveu o livro. Se fosse pela capa eu não leria mas pela sua resenha sim. Gostei do que fizeram de no meio dizer qual era o culpado mas depois não terem provas, fica um pouco diferente do que sempre acontece com os livros deste gênero.

    Beijos,

    Greice Negrini

    Blogando Livros
    www.amigasemulheres.com

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