sexta-feira, 17 de julho de 2015

#Feios – Scott Westerfeld (vol. 1)

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Título: Feios
Volume: 1
Série: Feios
Autor/a: Scott Westerfeld
Editora: Galera Record
Páginas: 415

Pausa para uma máxima:” este livro provou-me que, afinal, minha filosofia de leitura não estava equivocada.” É claro que, para que meus amados leitores entenderem o que fora acabado de ser lido terei de explicar qual é a “minha filosofia de leitura”. Simples... “Todo livro merece ser lido até o último ponto final, porque pode ser que eu retire algo de bom nas últimas palavras.”

Vamos ao livro então...

Seremos inseridos a um universo futurístico, onde todos aqueles que completavam 16 anos deveriam ser submetidos a uma cirurgia para passarem de “feios” à “perfeitos”. Entende-se como “feio” pessoas que nasceram com diferenças herdadas de seus pais (a coisa mais natural para nós, hoje).
“Havia um tipo de beleza, um encanto que todos viam. Olhos grandes e lábios grossos, como crianças; pele sedosa e brilhante; traços simétricos; e milhares de outras pistas. (...) Ninguém poderia evitar notá-los, qualquer que fosse a sua criança” (pg. 20)

Tally Youngblood, a feia protagonista, sonhava em um dia poder rever seu melhor amigo Paris, que acabara de se tornar um perfeito e mudara para Nova Perfeição (lugar onde os “novos perfeitos” moravam, ou seja, aqueles que acabaram de passar pela “plástica geral”), deixando uma Tally sozinha e infeliz numa espécie de internato em Vila Feia (a cidade onde os feios deveriam ficar, dá para perceber um vestígios de apartheid. Vou me calar. Minha intenção é deixar essas “alfinetadas” do autor para o final).

Tally sozinha mais Shay sozinha, duas gurias que adoram se meter em encrenca, resulta em uma amizade forte e cheia de maluquices. Assim como a feia protagonista, Shay estava sem amigos, já que uns haviam se submetidos à cirurgia e outros simplesmente sumiram (oh, que super normal, sqn. Segurem-se um pouco já chego nessa parte). Ambas fazem aniversário no mesmo dia, então a possibilidade de serem separadas era nula... É não foi bem isso que aconteceu....

E meus amigos essa parte é muito tediosa. O autor vai passar um pouco menos da metade do livro falando sobre as travessuras das duas (algumas são bem infantis). Shay ensina alguns truques para sua nova amiga: como andar de prancha voadora, ler e escrever (sim eles não liam e nem escreviam, pois todos os comandos eram falados aos computadores).
“Ela curvou os pés e agitou os braços na tentativa de se manter sobre a prancha. O pé direito deslizou até a beirada – podia ver sua silhueta contra as árvores.” (pg. 38)

Porém, nas próximas páginas que seguem esses aprendizados todos, acontece finalmente o estopim da história propriamente dita e deixe-me falar uma coisa, o livro vale a partir daqui, valeu a pena passar por momentos torturantes de mesmice só para alcançar vários episódios de pura adrenalina. Shay some, assim como seus amigos haviam feito ela também faz. Foge para um mundo sem perfeição, paredes inteligentes, computadores que sabem aonde você está, o que está fazendo, Vila feia ou Nova Perfeição. Lá todos vivem do que a natureza pode oferecer, costuram suas próprias roupas, comem o que pode ser plantado e protegem sua “cidade” com a vida se for preciso. Eles são os esfumaçados, algo muito próximo dos pré-enferrujados (ou seja, nós do mundo atual que precisamos de petróleo para quase tudo).

Tudo bem, vocês podem pensar, e o que isso tem haver com Tally e essa coisa de perfeitos e feios? Ora, não sejamos tão inocentes, num mundo onde todos são iguais e, aqueles que não o são almejam ser aos 16 anos, pessoas que não querem se submeter a essa regra são uma ameaça e como tal devem ser eliminados. Junte isso com alguém que sonhou a vida inteira em estar do outro lado do rio (as duas cidades eram separadas por um grande rio) e que estaria pronta para fazer o que for preciso para isso e mais uma cúpula que não vê a hora de destruir todos esses esfumaçados e tudo que eles chegaram a construir. O resultado seria:
“- Minha promessa, Tally, foi de que você não se tornaria perfeita enquanto não nos ajudasse até onde pudesse. E eu acredito sinceramente que isso está dentro de suas possibilidades.” (pg. 132)

Agora nossa queridinha feia só tem duas saídas: trair não só sua melhor amiga, mas também todos que pertencem a um estilo de vida paralelo e se tornar perfeita, ou, ficar feia para o resto da vida.

Essa é a trama superficial mas, como todo bom livro, a verdadeira história está um pouco mais a fundo. O Sr. Westerfeld faz duras críticas ao culto excessivo do corpo, a idolatria da beleza, a como as relações entre ser humano e natureza estão desequilibradas e sobretudo a nossa ignorância de tentar controlar algo que nasceu para ter sua própria maneira de pensar.

Uma leitura que vale a pena não pelo começo, mas pelo meio e fim. Já estou terminando o segundo volume dessa série (quatro livros no total) e posso lhes garantir que a diferença é gritante, não vejo a hora de estar com essa resenha prontinha para vocês.

Não vou colocar meu trecho favorito por que seria um big de um spoiler, então para você que tem o livro fica a indicação de reler a página 415, última frase (final em grande estilo vamos combinar rsrs).

Espero que tenham gostado de mais essa resenha... Até a próxima ;)

2 comentários :

  1. eu ja vi essa série fazendo muito sucesso por ai, só que ainda não consegui dar uma oportunidade em meio as leituras prioritárias
    felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Quando estiver com uma folguinha pode dar uma chance e, se não estiver gostando, tenha um pouco de paciência porque melhora rsrsr e muito ;)
      Beijos,
      Nat

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